EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20160928

"Pouco Brio, Pouco Asseio"


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Tal como prometido e não por bom motivo, cá estão outra vez dois dos pneus do "Lago da Cava de Viriato", e outro "lixo" de que me permito destacar, uma árvore morta há muitos anos, um grande balde de plástico e o que ainda resta de um carrinho de bebé. Pela sua natureza não são, como na última Segunda-feira, o presidente da câmara municipal, Dr. Almeida Henriques, dirigindo-se à oposição no decorrer de Sessão Ordinária da Assembleia Municipal que começou às 14h30 e terminou cerca das 22h00, e referindo-se à feira anual, que havia quem se preocupasse com "ciscos"! Neste caso as insignificâncias, são maiores que estadulhos para amparar palha!
Nota: Estadulho ou fueiro - estaca redonda que segura a carga de um carro de bois.

Defesa da Fortaleza

Vou hoje falar da Cava,
A triste que não se lava
E tão esquecida está!
Com seu aspecto selvagem
Viu-se muito posta à margem
E tantas mágoas nos dá!

Pouco brio, pouco asseio,
Com tojo de metro e meio
Só lhe faltam javalis!...
Invadida, mutilada,
Francamente, está votada
A um desprezo infeliz!

Monumento Nacional,
Sem parceiro em Portugal,
Ou mesmo lá nos confins!
Magoa, desgosta e custa
Que relíquia tão vetusta
Tenha tratos tão ruins!

(...)

Os turistas estrangeiros,
Os de cá, ou forasteiros
Que vão ali de visita,
Hão de dizer com franqueza,
Que tão nobre Fortaleza
Em nada nos nobilita!

In "Retalhos dos Meus Trabalhos", de Adelino Azevedo Pinto (Rijo), Viseu 1985
Recolha proveniente de "Cantigas minhas amigas", "Gazetilhas minhas filhas", "Poemas sem algemas" e "Sonetos já meus netos",  representativa de mais 50 anos de poesia.