EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20160816

Continuamos a ser Funiculados!


GIF via GIPHY (Foto de arquivo)

MAIS UM ACIDENTE NO FUNICULAR LOGO NO DIA DA INAUGURAÇAO DA FEIRA DE S. MATEUS

Sexta-feira não foi dia 13, mas teve muito azar a jovem que foi à inauguração da Feira de S. Mateus para se divertir e caiu na armadilha da fenda, entre os carris do funicular, por onde passam os cabos de aço. Como sempre acontece quando um adulto enfia o pé na calha do funicular (as crianças podem magoar-se mas tiram o pé com facilidade), o joelho entra à pressão, mas já não consegue sair, sendo necessário recorrer ao material de desencarceramento dos bombeiros.
Todos os anos se verificam acidentes semelhantes durante a Feira de S. Mateus, conforme a Associação Olho Vivo tem denunciado, com testemunhos das vítimas, dos socorristas, dos feirantes, e até com fotografias, como o de uma jovem que foi socorrida pela Cruz Vermelha de Santar e teve de ir de maca para o hospital, em 2011, ou Dulce Martins, de 71 anos que veio de Tondela com familiares e caiu na calha entre os carris, junto à entrada da Ponte de Pau, magoando um braço e uma perna, em 2014 (ano em que registámos 4 acidentes); ou Fernando Fernandes, de 46 anos, que veio de Lisboa para ajudar um familiar feirante e foi vítima da armadilha do funicular, logo no primeiro anos em que funcionou, em 2009, tendo que levar 21 pontos (internos e externos), uma vez que o cabo de aço lhe rasgou a perna até ao osso; em 2010, Suzana, na altura com 25 anos, foi informada no Hospital de S. Teotónio, onde foi operada a um tendão, de que já era a 7ª vítima, um ano depois da entrada em funcionamento do funicular. O homem que aparece na foto que hoje voltamos a publicar, veio a Viseu pela primeira vez, não durante a Feira de S. Mateus, mas durante uma prova de “Down Hill” (ciclismo pelas calçadas do centro histórico) e foi socorrido em primeira mão pelo polícia que controlava o trânsito no cruzamento da Calçada de Viriato com a Rua de Serpa Pinto, ali onde o funicular deu origem ao “passeio mais pequeno do mundo”, reduzido ao lancil, em frente à Casa de Pasto Pinto. Levou uma inesquecível recordação de Viseu, a cidade que pretende candidatar-se a Património Cultural da Humanidade, da UNESCO, e que para atingir tal desiderato, já pode gabar-se de ter “ O FUNICULAR MAIS PERIGOSO DO MUNDO”. (...)

Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal de Viseu, na entrevista que deu à revista/programa da Feira, e João Cotta, presidente da Viseu Marca, no respectivo editorial, realçam como uma das duas principais preocupações da presente edição da Feira de S. Mateus, a questão da Segurança. Logo por azar no próprio dia da inauguração houve logo um acidente provocado pelo funicular. Se a segurança fosse uma preocupação, encerravam o funicular durante o funcionamento do Feira, uma vez que o fluxo de pessoas dificulta a atenção necessária para evitar armadilhas que supostamente não deveriam existir no piso de uma feira com tantos séculos de existência. Esperávamos que ao menos Jorge Sobrado, que não deveria carregar consigo nenhuma herança do tacanho, megalómano e desastrado executivo de Ruas, tivesse a coragem de tomar esta medida de elementar bom senso. "(...)

"Golpe de Vista" artigo da responsabilidade do Núcleo de Viseu da "Associação Olho Vivo", publicado no quinzenário - "VIA RÁPIDA" de 11 de Agosto 2016
Ver artigo de 4 de Setembro de 2010