EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


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20160627

Igreja e Seminário Diocesano


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Igreja e Seminário Diocesano – antigo Convento de São Felipe Nery

A Congregação dos Padres do Oratório de S. Filipe de Nery foi criada em Roma em 1565 e chegou a Viseu em 1688, governava a Diocese o Bispo D. Ricardo Russell. Os primeiros oratorianos a chegar foram os padre José Caldas e Bartolomeu Monteiro, provenientes do Colégio do Oratório de Freixo de Espada-à-Cinta.
Perseguida pelo Marquês do Pombal a Congregação entregou as suas instalações à diocese para instalação do seminário, por escritura de 14 Junho de 1824. Os padres oratorianos ocuparam as funções de direcção dos estudos “Collegios”, depois da explusão dos jesuítas. Em 1834 o liberalismo confiscou todas as casas religiosas, por decreto de 30 de Maio, e o seminário foi ocupado por diversos serviços públicos e também serviu de aquartelamento a várias unidades militares.
Na noite de 26 para 27 de Janeiro de 1841, data da marcada para a devolução dos edifícios, um grande incêndio começou no arquivo e depressa alastrou a todo o imóvel, salvando-se apenas a igreja. Documentação de valor incalculável, constituída por livros, arquivos conventuais, judiciais, administrativos e notariais foi consumida pelo fogo. Retomada a posse dos imóveis, a Diocese promoveu a sua reconstrução. As obras custaram cerca de “16 contos de réis” e as aulas abriram em 8 de Dezembro de 1843.
Mas as vicissitudes do seminário e da igreja iriam continuar porque com o advento da República, em 5 de Outubro de 1910, os edifícios voltaram à posse de Estado que os voltou a transformar em quartel. Em 1950 a Assembleia Nacional aprovou uma moção para restituição do seminário e igreja anexa, mas apenas em 1968 foi publicado o Decreto-Lei que oficializou a devolução.
A igreja é actualmente conhecida como Igreja do Seminário Maior de  Viseu, o edifício anexo foi na sua totalidade alvo de obras de requalificação. O edifício do seminários conserva no seu interior as famosas “escadas suspensas”, original solução escolhida para o acesso aos andares superiores que foi mantida na reconstrução,  posterior ao incêndio.
A igreja tem no frontispício o brasão de D. Júlio Francisco de Oliveira,  data do início do século XVIII, em pleno período barroco. O restauro da “escadas suspensas” (57 degraus) que ameaçavam ruína, foram obra Serafim Lourenço Simões (1839/1908) quando ainda era apenas um jovem mestre pedreiro e aceitou o desafio que muitos outros, engenheiros e mestre de obras, recusaram. Também alteeou torre sineira, adossada ao corpo da capela-mor, e executou o respectivo restauro .