EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20160422

A Muralha de Viseu e o Vinho



A construção da muralha de Viseu teve início no reinado de D. João I e foi tema nas cortes de Lisboa de 1412.

”(…) que os da cidade e dos povos até duas léguas em redor servissem na obra da cerca, que então se andava construindo, não seis dias continuados em cada seis meses, mas um dia em cada mês, ficando os moradores do termo com dantes a servirem os ditos seis dias em cada seis meses, consecutivamente; que nem Lopo Fernandes nem outro qualquer obrigasse os moradores da cidade, quando abrissem algum tonel de vinho para vender, a ir leva-lo à obra, porque nem todos tinham servidores e criados que ali o levassem, e outros não tinham quem o vendesse senão mulheres, e não era justo e decente que elas ali fossem, obrigando-se os moradores da cidade a prover homem que tivesse continuamente taberna aberta na dita obra e bom vinho e aguisado e pelo preço da cidade”.

ARAGÂO, Maximiano Pereira da Fonseca em – “Vizeu: Apontamentos históricos”. Viseu: Typographia Popular, 1894.P.131, citado por CASTILHO, Liliana em “A cidade de Viseu nos Séculos XVII e XVIII/Arquitetura e Urbanismo/Vol, I”, Tese de Doutoramento em História da Arte, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2012

Ilustração:
Bilhete Postal Ilustrado, Editor desconhecido, com indicação do vendedor/Confeitaria Santa Ritta – Vizeu, não circulado, datável dos primeiros anos da república. 
“VIZEU – 10
ARCO DOS MELLOS
Das sete portas da cidade acabadas de construir com a muralha em 1472 apenas existem esta e a denominada do Arco, ao fundo da Rua dos Cavalleiros. Ao lado, na face externa está a imagem de Santo António e na interna a de S. Borja advogado e padroeiro do reino contra os terramotos. Na face externa existem tres letreiros. O mais antigo, quasi apagado diz quando se construíram muros e portas. O imediato no tempo, a escolha da Mãe de Deus para padroeira do reino e a defeza da sua immaculada concepção, no tempo de D. João IV. O mais moderno refere-se ao governo das armas da Beira, de D. Sancho Manuel.”