EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


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20150723

Sondagens Arqueológicas na Cava



As primeiras imagens mostram os vestígios da sondagem arqueológica efectuada no antigo fosso da "Cava de Viriato" em busca de aclaramento dos "mistérios" que ainda subsistem quanto à data da sua construção e a que fim se destinava uma obra de tão grande dimensão. Os trabalhos foram realizados, durante a passada semana, por uma equipa liderada pela investigadora Catarina Tente, subdirectora do Instituto de Estudos Medievais da Universidade Nova de Lisboa, tendo o apoio da câmara municipal. A investigação foi realizado com recurso a maquinaria pesada e teve como objectivo obter amostras que permitam estabelecer a datação rigorosa do monumento. A escavação atingiu o nível freático e foram obtidas várias amostras consideradas promissoras. Trabalhos desta natureza já foram realizados, noutras ocasiões o mais recente antecedeu a "requalificação paisagística" do monumento e certamente, também aquando da construção do "Túnel de Viriato". Naturalmente desta vez a metodologia vai ser outra. Vamos aguardar os resultados que deverão ser divulgados em Abril do próximo ano. Mas a tese da investigadora que a "Cava de Viriato" poderá ser uma edificação da Alta Idade Média (anos 476 a 1000), um projecto inacabado de cidade áulica (construção destinada a mostrar o poderio de um senhor) parece-me muito pouco credível. Essa possibilidade esotérica não encontra respaldo em qualquer documento conhecido e a tese de cidade/acampamento/fortificação islâmica, cujo desenho octogonal ainda identificável é claramente comparável a algumas cidade fortaleza árabes como a de Samarra, no actual Iraque e a mais plausível.
A mesma investigadora nos últimos anos realizou escavações, no Adro da Igreja de São Miguel do Fetal [LER], na tentativa de encontrar uma igreja cristã referida em documentos do sec. X [LER]. Claro que da tal igreja, onde a lenda afirma ter sido sepultado o Rei Ramiro, nada encontrou porque é evidente que essa construção e outras que lhe sucederam, até ao actual templo do sec. XVIII, utilizaram sempre o chão considerado sagrado que naturalmente foi sendo ampliado [LER]. Dessa construção de que poderá ter sido reaproveitada alvenaria se alguns vestígios existirem estarão certamente "sepultados", sob o edifício existente.

O Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, saudou os trabalhos afirmando. “A Cava de Viriato é um monumento absolutamente singular do património português e é o maior símbolo territorial de Viseu. O conhecimento sobre a sua fundação é um contributo para a sua valorização histórica e cultural, mas também social e turística. Pela sua dimensão e pelo seu formato octogonal, a Cava é a vários títulos magnética." [LER]

As imagens seguintes demonstram o grande cuidado que merece o Monumento Nacional, designadamente dois outros troços do fosso que rodeavam a fortaleza e aqueles que ainda conservam água, durante a maior parte do ano e muito lixo... Além dos 9 pneus [VER], o abaixamento do nível da água já revelou outro outro pneumático, ao qual atribui o nº 10!