EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20150318

A Capela de São João da Carreira


A Capela de São João da Carreira localizada à saída de Viseu, à esquerda da estrada do Sátão, foi edificada entre 1555 e 1559, com traço de autor desconhecido. Ao estilo de renascença italiana, tem linhas sóbrias e poucos elementos decorativos. A planta é rectangular e as fachadas possuem pilastras laterais encimadas por pináculos, o interior é de uma só nave com abside e o chão com lajes de granito. Na fachada principal um portal de moldura rectangular tem a seguinte inscrição – “Visitando esta capela tem indulgência plenária 1594”. Sobre a cornija, num nicho, existe uma imagem de São João Baptista em granito e muito imperfeita. Aberto na porta do lado direito um pequeno postigo, protegido por uma grade de ferro, permite vislumbrar o interior do pequeno templo [saber +]
Na actualidade todos os anos em 24 de Junho, no dia de São João, apenas uma pequena “embaixada” visita a capela para cumprir uma antiga promessa. Noutras épocas toda a população de Vildemoinhos, vestindo os seus melhores trajes, se dirigia à capela em carroças, carros de bois, a cavalo ou de burro, todos enfeitados com fitas multicoloridas. Montadas em cavalos e transportando uma bandeira escarlate os representantes do povo agradecem ao Santo uma decisão judicial favorável aos moleiros (20 de Maio de 1653), num pleito que opôs os moleiros, aos agricultores das margens do rio Pavia. Esta é a origem das “Cavalhadas de Vildemoinhos”.
Os cavaleiros com a bandeira dão três voltas à capela e depois regressam a Viseu para encabeçar um cortejo com grupos de bombos, cabeçudos, gigantones, ranchos folclóricos, bandas de música e variados carros alegóricos a concurso. A luzida cavalhada que atrai a Viseu muitas dezenas de milhares de pessoas, regressa a Vildemoinhos onde a festa em honra do padroeiro continua e prolonga-se pela noite dentro.
Fonte: principal: "Monumentalidade Visiense" de Júlio Cruz e Jorge Braga da Costa