EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


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20140813

O Monumento a Viriato


O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Dr. Almeida Henriques anunciou e consta do Programa Oficial da Feira de "São Mateus" que o próximo dia 31 de Agosto (Domingo) vai ser o - "Dia de Viriato". Neste caso não se trata de recuperar uma tradição mas lembrar a necessidade de financiamento para um monumento dedicado a Viriato. A receita da bilheteira da "Feira Franca de Viseu" do dia 22 de Setembro de 1929,  reverteu a favor desse projecto. Essa forma de conseguir verba manteve-se durante poucos anos e o monumento que fora uma proposta apresentada pela primeira vez em 1914, pelo Dr. José Coelho ao tempo vereador da câmara municipal, acabou por ser concretizado apenas em 1940, pelo escultor espanhol Mariano de Benlliure que ofereceu o projecto e moldou as figuras por ser amigo pessoal do Capitão Almeida Moreira. O conjunto escultórico em bronze, os muros, bancos e as escadarias de granito foram inaugurados em 16 de Setembro de 1940, em plena fase de afirmação do Estado Novo. Foi nesse ano que se realizou em Lisboa, a "Grande Exposição do Mundo Português" e se celebrou o "Duplo Centenário - a Fundação de Portugal em 1140 e a Restauração em 1640". O Capitão Almeida Moreira tinha falecido no ano anterior e não teve a alegria de ver o seu sonho concretizado. Dessas festividades existem em Viseu mais dois cruzeiros, um no centro do jardim do Largo do Massorim e outro estranhamente maior e mais trabalhado no Rossio de Abraveses. O Viriato merece todo o destaque porque é a verdadeira "Marca de Viseu". É certo que a sua falcata já foi roubada várias vezes, talvez porque passou muitos anos na escuridão, mas a solução encontrada para iluminar do monumento, dois projectores de luz branca é má, O Viriato e os seus guerreiros merecem melhor tratamento. E este ano ainda está pior porque os ramos dum plátano impedem a passagem da luz do projector, colocado dentro do recinto da feira e dirigido ao lado esquerdo do monumento. Será necessário fazer reverter novamente a receita da bilheteira da feira para contratar um técnico capaz de projectar a iluminação adequada para embelezar o monumento e mandar executar a obra por ele concebida?

Fonte: "A Feira de São Mateus em 1940 - Entre o Duplo Centenário e o Monumento a Viriato",de Luís da Silva Fernandes, in a "FEIRAEMREVISTA", Viseu 2014.
Nota: Há anos que venho sem sucesso tratando este tema [ver]