EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20140715

Trabalhos Arqueológicos em São Miguel


Os trabalhos arqueológicos no adro da Igreja de São Miguel [saber +], iniciaram-se no Verão passado e nada de surpreendente terá sido encontrado [saber +]. Este ano já puseram a descoberto mais algumas pedras aparelhadas e alinhadas. Não me parece plausível que tenham a sorte de encontrar a igreja primitiva porque essa construção foi certamente demolida e é natural que o seu lugar tenha sido ocupado pelo actual templo. Também é provável que a igreja primitiva tivesse, durante a Idade Média, recebido obras ou fosse reconstruída. Por estar arruinada foi demolida no séc. XVIII para permitir a construção de uma nova igreja, certamente mais ampla. Em São Miguel do Fetal guarda-se uma arca tumular de granito, simbólica e vazia, para lembrar a lendária sepultura de Ramiro o último rei dos visigodos. Na sacristia localizada nas traseiras do altar-mor, com entrada pelo interior da parede lateral esquerda, existe uma arco românico que a tradição afirma ter pertencido ao anterior edifício. Durante a ocupação árabe (séc. X e XI) os muçulmanos permitiam aos cristãos de Viseu que mantivessem o seu culto, a igreja ficava fora dos muros da cidade e era tolerada. Em vez da desejada igreja e do túmulo do rei Rodrigo (séc. VIII) que terá morrido na batalha de Guadalete (ano de 711) [saber +], é natural que apareçam vestígios da época romana, árabe ou da Idade Média. Talvez aras, pequenos objectos, moedas e sepulturas porque os cemitérios romanos ficavam próximos das portas das cidades e os cristãos sepultavam nas igrejas.