EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20090730

A Ponte da Azenha e o Parque Urbano

(...) Mas enquanto esperamos que o Rio Pavia nos seja devolvido com a sua vitalidade perdida, e como dizem, com uma lâmina de água permanente e livre do fedor dos esgotos, de modo que possa enfim, transformar-se num elemento integrante da urbe, vamos aqui deixar um pouco de memória do nosso Pavia (…). Segundo Pinho Leal, em tempos idos, o Pavia também se denominava “Ribeira das Mestras ou das Feiticeiras”, porque outrora o povo julgava encontrar a cada passo bruxas e feiticeiras que aí se banhavam e, movidos por crenças populares, costumavam aí ir banhar-se os doentes na noite de S. João, esperando assim ser curados pelas tais mestras. (…) Mais abaixo e finalmente chegamos à Azenha onde se encontra a velha ponte, dita romana, mas de romano só tem o estilo, pois foi mandada fazer pelo arcediago de Pindelo, da Sé de Viseu, Francisco Coelho de Campos, conforme refere a inscrição gravada no cruzeiro anexo: “Este Cruzeiro e Ponte mandou fazer à sua custa Francisco Coelho Campos”. Estas duas obras, foram executadas entre 1738 e 1767. Nessa época a Ponte, podia considerar-se de grande valor e utilidade para quem vinha para a cidade e que morava para lá do rio, via Monte Salvado, para os seus destinos, Orgens, S. Martinho, Quintela, St. Estêvão, etc. A ponte dava acesso único e directo para o Monte Salvado onde se ramificava em vários caminhos, ainda hoje visíveis e utilizados, cujas marcas dos carros de tracção animal na pedraria desse monte são testemunho duma serventia popular que os séculos confirmaram.(...)

J. M. Silva, In Viseu Revista nº 6, de Agosto de 2005

O acesso pode ser feito, na margem esquerda do Pavia, pela estrada da circunvalação perto da cadeia e junto aos tractores. A ponte fazia parte de um sistema que permitia a rega dos terrenos próximos, incluia uma represa e ainda um moinho. O moinho, as casas e os anexos da quinta deveriam ter sido "requalificados" no âmbito do Programa Polis. Apesar da sociedade ViseuPolis ter em 2002 prometido a abertura do ambicioso "Parque Urbano da Aguieira" para o ano de 2004, lamentavelmente apenas saiu do papel a chamada via perimetral, uma larga estrada em cubos de granito que rodeia o futuro parque pelo Norte e liga a Aguieira ao Monte Salvado, um pouco acima do lugar do Cubo em Vildemoinhos, e a ponte pedonal da ecopista.